Não canto mais o Léo, de Milton;
Nem o ébano, de Paulinho Rezende;
Nem o menino vadio, nem o guri, de Chico;
Nem o menino do rio e o namorado, de Caetano.
Só você,
Que me olha com seus olhinhos infantis.
Nem os meninos de Renato Russo;
Nem o homem belo, de Cazuza;
Nem o veado, de Gil;
Nem o leãozinho, do baiano.
Só você,
Que é o milagre após as mil lágrimas.
Nem o nature boy, de Eden Ahbez;
Nem o pozinho, de Zeca Baleiro;
Nem o Rubens, de Mário Manga;
Nem o super-homem, de Gilberto.
Só você,
Que é meu ioiô e meu-bem-querer.
Não me interessa mais a paixão de Aquiles e Pátroclo;
Nem a de Zeus e Ganimedes;
Nem a de Alexandre e Hefestião;
Nem a de Sebastião e Diocleciano.
Só você,
Com quem não temo as tempestades.
Nem a de Verlaine e Rimbaud;
Nem a de Ginsberg e Orlovsky;
Nem a de Wilde e Douglas;
Nem mesmo a dúvida de Jesus e João.
Só você,
Com quem divido toda a indiscrição do amor.
Nem a delicada relação daqueles;
Nem a delicada atração de outros;
Nem a C.R.A.Z.Y. paixão de alguns;
Nem mesmo o amor de Twist e Del Mar.
Só você,
Que me conferiu a lei do desejo.
Você é meu caso com a vida;
É a cidade dos sonhos;
É meu querido companheiro;
É meu garoto de programa;
Só você,
Que me faz debruçar sobre todas as coisas.
Não me atrai o poder de Magno, o imperador;
Nem os lolitos e os desejos da Magazine, ou de Corbin Fisher;
Nem o David de Michelangelo;
Nem o brilho da estrela pura aparecida.
Só você,
Com teu pau pelo meu (bússola e desorientação).
Nem a literatura de Abreu;
Nem o amor ambíguo de Riobaldo;
Nem as incertezas de Maurice;
Nem mesmo o tesão do Bom Criolo.
Só você,
Piá, guri, curumim... os gatos todos em um.
Com você eu enfrento as brasas do Papa;
O Stonewall;
O breu;
Tudo ou nada.
Só você,
Que nem você ninguém mais pode haver.
por Leonardo Davino (Paródia-homenagem homoerótica sobre letra "Todas Elas juntas num só ser", de Lenine e Carlos Rennó)
Um comentário:
manda isso e outras coisas (como o link do blog) para a lista da exnel.
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